sábado, 26 de setembro de 2009


SEM A PRECE NÃO ME AGUENTO
Margaret Pelicano

Viajante eterna do tempo
faço dos versos minha tolerância,
quero viver sem rompância,
pacientemente eliminar lamentos...

As duras lidas da vida me cansam
quero desanimar, mas me sustento!
Garanto uma frágil vontade,
buscando a força na amizade...

Desta feita continuo passo a passo,
acertando e errando tantas vezes quanto
for necessário me fortalecer de pronto
para enfrentar o medo da coragem...

Este me vigia pelos cantos
procurando brechas, ponto a ponto...
e quando encontra se insufla feito balão
em minha mente entra de roldão...

Aí é que me pergunto como foi
que tal atitude deletéria
entrou-me goela a dentro
destruindo sonhos e quimeras...

Passo a vigiar cada minuto
não permito mais a entrada do medo,
ganho força tal que até percebo
uma outra mulher no lugar daquela....

Abro minha janela ao vento,
mando pra p.q.p. o lamento
canto a canção da espiritualidade maior:
a prece! Sem ela não me aguento!

BRASÍLIA - 15/08/2009

FORÇA DIVINA
Margaret Pelicano
Deus se mostra presente em minha vida a todo instante,
desde a gotícula do floral mais singelo,
à homeopatia que cura os males físicos,
até o sol da manhã em curador anelo!
São tantos os problemas psícos,
ansiedades, medos, desespero em fontes
que jorram agruras nas janelas d'alma...
Mas Deus ali está! Luz em florada...
eterna primavera, abundâncias de consolo,
frutificando o pão da vida em doce miolo,
levando-me no colo, acariciando-me os cabelos...
Nunca me sinto só! Ele ali está, presente!
Pressente minhas angústias e comigo as sente...
É minha noite, minha alvorada, Seu amor consente!
Brasília - 18/08/2009

sábado, 11 de julho de 2009

MAGNA MATER
Humberto Soares Santa

Gaia, a magna mater angustiada,
Deusa, mãe de Cronos, mulher de Uranos,
Sofrida com a dor dos desenganos,
Adormeceu no céu, triste e cansada.

No Hades sulfuroso, à gargalhada,
Demónios revoltados, traçam planos
Pra que a Terra estoure em poucos anos
E seja por humanos, mal amada.

Gaia, adormecida, em pesadelo,
Abraça o mundo e freme de vergonha
Por plantar em si, joio e bacelo

Da vinha da mentira e da peçonha !....
Daí nasceu a guerra e o atropelo
E Gaia, já não dorme... já não sonha !

GAIA, GE, GEA ou GEIADeusa greco-romana que personificava a Terra.Mãe Universal da vida.

Cotovia - Sesimbra - PORTUGAL

sábado, 4 de julho de 2009



ENTRELACES
Áurea Miranda e Margaret Pelicano

Das linhas coloridas das palavras,
recebi um comentário e enriqueci
de tons dourados, prateados, preciosidades mil:
perólas, rubis, safiras puro anil,
fui crivando diamantes em hastes de poemas,
um entrelace de fragrâncias contagiantes
a debulhar pretéritos e presentes,
como creio que são as rotinas mais constantes...
É impressionante a nossa teimosia
em negar um amor sempre presente
a invadir a alma delirante, à espreita
desde abrirmos a primeira janela da manhã.
até cerrarmos os olhos em desejosa colheita!

Assaltam-me idéias, sempre afirmamos :
não posso amar você,
na verdade queremos dizer: não devo...
Flui em minhas palavras,
as negações que escrevo...
Digo da boca pra fora:
- Vá embora! -
E o coração soluça silencioso:
não posso deixar de amar você,
amor caridoso e caprichoso!

E assim, dia após dia,
vamos descobrindo, tentando,
cutucando o peito estreito,
para tanto amor doar,
grande para receber,
como cisterna sempre com água a sangrar,
feito ladrão em caixa d'água,
quanto mais entra, mais tem a despejar...
Assim são todos os amores,
filiais, maritais, amaziados,
importa o quilate que invade,
tudo o mais é secundário,
não importa a idade...

Entrelaces de quimeras,
prazeirosos, sempre à espera,
de reconhecimento e contento,
um amor vai embora,
outro chega a cada momento!
Diferentes é bem verdade,
mas com quanta propriedade
é plantado pelo mundo,
espelhando e espalhando
o melhor da Divindade!

Brasília - 04/07/2009

sábado, 13 de junho de 2009

103. Mensagem de Caráter

riqueza sem trabalho;
prazeres sem escrúpulos;
conhecimento sem sabedoria;
comércio sem moral;
política sem idealismo;
religião sem sacrifício
e ciência sem humanismo.(Mahatma Gandhi)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

102. Recomeçar é acreditar

COMEÇANDO
By Woo

A confusão da mente
me leva a reclusão
uso e abuso da máscara
do " não estou nem aí "
porque assim,
o tempo passa
e penso que posso me preparar

Equívoco da minha parte
porque no fundo
sei perfeitamente
que preciso fumar o cachimbo da paz interna
destilar meus medos
e sair para lutar

Assim, contida, determinada
enfrento qualquer fera
que em mim esteja enconstada
Soltarei gritos de guerras
e irei à caça do meu ser

ByWoo



COMEÇANDO
Margaret Pelicano

Começando...passo a passo,
apanhando do sonho
lentamente vão
os grãos, os grãos...

Começando, devagar e sempre,
recuando contra os desvãos
onde sopram vozes fantasmagóricas,
onde as vibrações são de pesadas horas...

Caminhando, centímetro a centímetro,
espantando os medos,
as inseguranças alevantando,
jogando-as no olho do furacão;

Empinando o peito
respirando fundo,
forte como negro no eito
da escravidão...

Lutando pela vida simples,
combatendo o consumismo,
fugindo dos sismos,
evitando cismar sobre tufão....

Começando e recomeçando o bom combate,
recuar se preciso for,
humanos que somos...
apelar para a boa vontade....

Começando...começando....
limpando a mente
nublada das sujeiras cósmicas,
do ar envenenado e permanente ,

Cair e levantar,
desanimar e recomeçar,
evitar a tensão
ser simplesmente gente!

Brasília - 14/05/2007

101. CONTRA A CARGIL - empresa americana que explora o Brasil

A AMAZÔNIA IMPLORA SOCORRO
Margaret Pelicano

A Amazônia passa por uma inquisição violenta,
virou a bruxa da modernidade
e não aparece sequer uma fada madrinha
para acabar com esta calamidade!

Atenção vegetarianos: A soja destrói a Amazônia;
ela está sendo comida, voraz e cegamente
para alimentar o gado e as Gentes,
desaparece debaixo do nariz de cada um: na boca!

Esta louca que não pára de engolir,
a cada minuto, uma área de floresta tropical
equivalente a um campo de futebol,
é queimada para dar lugar a um pasto imoral

cuja produção de carne total
será equivalente a um engradado
com 257 hambúrgueres. Atenção carnívoros!
Ela vira bife, churrasco desastrado!

Se a indiferença continuar
ninguém terá história para contar.
As gerações futuras imaginarão a Amazônia!
Ela terá sido o lar da maior biodiversidade
do século XX, isto é verdade!

Indiferença jamais! Lutemos por ela!
A Amazônia é nosso maior bem vegetal e animal
Exigimos a presença deste estado servil
contra a ditadura da Cargil!

Brasília - 14/05/2009

Cargil= empresa que planta soja para alimentar o gado, aves, suínos no Brasil, desertificando a Amazônia

domingo, 15 de fevereiro de 2009

100. VIVER É SABER OLHAR

TODAS AS GENTES
Margaret Pelicano

Diante da indignidade de alguns,
viaja o mundo incessantemente indiferente,
dando bons dias e boas noites, parece contente
independente das tragédias ou de des/afortunados bebuns...

Estes levam a vida des/contentes,
afora o rebote vez em quando aparente
tristeza rondando semblantes inconsequentes,
risadas soltas ao ar, ignorantes...

Fala-se na ética com rompantes
parece o planeta se corrigir com ela,
mas ela como 'Capela' também erra
e carrega o ser humano na lapela...

ele como enfeite do planeta se acha o máximo,
mata, usurpa, chafurda na lama do egoísmo,
busca aprisco na boemia, na gandaia
por que não suporta ser pássaro de aprisco

Frequentemente busca a liberdade que não encontra
achicalha, lamuria e feito bicho apronta e aponta
que só a espiritualidade regenera,
mas se entrega à razão cega e desumana.

Brasília - 13/02/2008

domingo, 1 de fevereiro de 2009

99. Tudo de bom encontramos em Jesus


SAUDADE DE JESUS!


Estávamos na residência do Chico. Seu estado de saúde não lhe permitia deslocar-se até o Centro. A multidão se comprimia lá na rua em frente, quando o portão se abriu, a fila de pessoas tinha alguns quarteirões. Foram passando uma a uma em frente ao Chico. Pessoas de todas as idades, de todas as condições sociais e dos mais distantes lugares do País. Algumas diziam: - Eu só queria tocá-lo... - Meu maior sonho era conhecê-lo... - Só queria ouvir sua voz e apertar sua mão. Uns queriam notícias de familiares desencarnados, espantar uma idéia de suicídio. Outros nada diziam, nada pediam, só conseguiam chorar. Com uma simples palavra do Chico, seus semblantes se transfiguravam, saíam sorridentes. Ao ver as pessoas ansiosas para tocá-lo, a interminável fila, a maneira como ele atendia a todos fiquei pensando: "Meu Deus, a aura do Chico é tão boa... seu magnetismo é tão grande, que parece que pulveriza nossas dores e ameniza nossas ansiedades". De repente, ele se volta para mim e diz: - Comove-me a bondade de nossa gente em vir visitar-me. Não tenho mais nada para dar. Estou quase morto. Por que você acha que eles vêm? Perguntou-me e ficou esperando a resposta. Aí, pensei: Meu Deus, frente a um homem desses, a gente não pode mentir nem dizer qualquer coisa que possa vir ofender a sua humildade (embora ele sempre diga que nunca se considerou humilde). Comecei então a pensar que quando Jesus esteve conosco, onde quer que aparecesse, a multidão o cercava. Eram pessoas de todas as idades, de todas as classes sociais e dos mais distantes lugares. Muitos iam esperá-lo nas estradas, nas aldeias ou nas casas onde Ele se hospedava. Onde quer que aparecesse, uma multidão o cercava. Tanto que Pedro lhe disse certa vez: "Bem vês que a multidão te comprime". Zaqueu chegou a subir numa árvore somente para vê-lo. Ver, tocar, ouvir era só o que queriam as pessoas. Tudo isso passou pela minha cabeça com a rapidez de um relâmpago. E como ele continuava olhando para mim esperando a resposta, animei-me a dizer: - Chico, acho que eles estão com saudades de Jesus. Palavras tiradas do fundo do coração, penso que elas não ofenderam sua modéstia. A multidão continuou desfilando. Todos lhe beijavam a mão e ele beijava a mão de todos. Lá pelas tantas da noite, quando a fila havia diminuído sensivelmente, percebi que seus lábios estavam sangrando. Ele havia beijado a mão de centena de pessoas. Fiquei com tanta pena daquele homem, nos seus oitenta e oito anos, mais de setenta dedicados ao atendimento de pessoas, que me atrevi a lhe perguntar: - Por que você beija a mão deles? A humildade de sua resposta continuará emocionando-me sempre: - Porque não posso me curvar para beijar-lhes os pés.

Momentos com Chico Xavier - Adelino da Silveira

domingo, 25 de janeiro de 2009

98.Defendendo a liberdade e a felicidade dos animais e dos seres vivos sempre!

O QUE É VERDADEIRO, É ESPECIAL
Margaret Pelicano

Circo legal,
não tem animal,
só trapezista,
palhaços,
malabaristas,
bailarinas,
é tudo genial!

Floresta legal
é cheia de animal
úmida,
quente,
vida brotando,
proliferando o sêmen
do grande astral!

Vida legal
é a que defende o animal
protege as plantas
e as crianãs,
cuida dos velhos,
cria esperança,
fornece oportunidades
para gerar mudança
de consciência,
de cidadania mundial!
Vida especial
respeita a criação original!

Brasília - 25/01/2009

sábado, 24 de janeiro de 2009

97. Dueto com MªLuiza Bonini de Sampa

O RESPEITO VALIA MAIS QUE DINHEIRO
Margaret Pelicano

Olha o leite! Olha o leite!
Ainda escuro, manhãzinha chegando,
mineiramente falando
o leiteiro conduzia a carroça repleta de latões bem areados,
brilhando aos primeiros raios de sol
uma lata de óleo adaptada,
medindo um litro certinho,
vendendo o precioso alimento
que a todos dava sustento!...
Não haviam agrotóxicos, nem hormônios,
o leite dava 'sustança', a carne era sem igual:
animal só comia grama,
ração...fazia mal!
Investimentos na saúde,
era a boa alimentação!
Todos os terreiros lotados de frutas variadas,
verduras nos canteiros,
cheiro verde abrindo apetites
para o mundo inteiro!
Cadinho mais tarde, vinha o padeiro!
'Olha o pão, olha o pão fresquinho,
assado com carinho,
forno a lenha....tenho pães e biscoitinho!
Bolachinhas variadas!
'Nas cestas forradas de pano branquinho
sobre a carroça com parelhas
ou em carrinho de pedreiro,
tudo bem limpinho
estava o pão, as roscas rainhas,
ele deixava na porta para quem era freguês
e recebia no final do mês.
O quitandeiro, aceitava caderneta!
Era comprar e marcar!
A cada 30 dias, somar
o que se ia comprar!
Tempo 'bão' da confiança
onde o bigode era como fé e esperança!
O chapéu do homem sobre o chapeleiro
era marca de honra, respeito, valia mais que dinheiro!
Se o menino fazia estripulia,
puxava-se a orelha,
um beliscão corrigia o mal feito,
sentado na cadeira, cumpria-se o castigo,
todos ajudavam nas tarefas do lar,
igualmente estudavam,
eram alimentados com farinha;
do fubá, fazia-se o mingau,
cataplasmas nas bronquites;
chá de alho e limão
curava gripe!
Frango, alimento raro,
era para o domingo:só o caipira!
Era feito ao molho pardo,
ou amarelinho com quiabo
acompanhado de angu,
arroz soltinho, alface da horta
a boca ficava até torta,
de tanto se lamber
sugar o caldo dos ossinhos,
sabe-se lá quando isto voltaria a acontecer...
O respeito valia muito!
Muitos tomavam a bênção aos mais velhos,
costume que foi se perdendo,
mudança de verbo...
crianças não davam palpites,
nem se metiam na conversa dos mais antigos,
era grande a economia
de lápis e papel,
estojo de madeira durava o curso inteiro,
nada se jogava fora,
estudo sempre vinha em boa hora!
Decorava-se a tabuada
de somar, dividir, multiplicar, diminuir,
pontos eram sorteados e recitados
na frente do Mestre...
ou se tinha boa memória
ou se adquiria para se dar bem em história e geografia
era tanta coisa diferente,
mas toda gentevivia feliz e contente
com o pouco que se tinha
Tempo bão aquele...tempo bão
de pouco dinheiro para uns,
mas de muito respeito para todos!
Passou-se pela primeira guerra mundial
chegou-se à segunda,
as pessoas sofriam muito
por que sentiam o lamento do outro;
o caráter estava impregnado na testa!
O trabalho no coração!
A moral não se perdia,
não se mudava de opinião,
grande valor tinha a educação...
Hoje, não sei,
perdeu-se a noção e a lei,
falta de educação e esperteza
são laureados
considerados um bem,
coitados dos honestos,
dos de boa índole,
estes se perdem
aqui, agora, e no além...
Brasília - 21/01/2009

****

AQUI ERA TAMBEM
Maria Luiza Bonini

Aqui na paulicéia
que ainda não era desvairada
tambem era assim

Havia o leiteiro
o padeiro
o entregador de frutas
cheio de pássaros , era o meu jardim

A escola era risonha e franca
Onde o respeito
tinha seu lugar eleito
ao velho professor de barbas brancas

Existia o verdureiro
o ferreiro
e o marceneiro
O carroceiro entregador
com sua mula labutante
nos trazia do alimento
até a linda flor

Existia pai e mãe
no almoço de domingo
com frango assado
e um macarrão bem-vindo

Era dia de missa
e lá iamos para a das dez
Com vestido rodado e laço de fita
Queriamos sempre ser as mais bonitas

Ao sermão do padre
poucos ouviam
era enfadonho e maçante
flertavamos na missa,
era bem mais interessante

A sessão da tarde
no cinema
era o ponto de encontro
dois filmes, desenho animado e jornal
eram horas de entretenimento
saudável tempo
sem igual

Eramos tão livres
e não sabiamos
Que das voltas
do mundo
seriamos traídos
pelo desrespeito a tudo
tornando a todos
refens de uma vida
regida
por conceitos tão imundos

São Paulo (SP), 22.01.09

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

96. VIDA E PAZ

ESTUPIDEZ x DEGRADAÇÃO

Extração de madeira +
Plantação de Soja +
Produção excessiva de carne +
Falta de governância =
Extinção de espécies vegetais =
Extinção animal =
Setenta por cento de gases
que contribuem para o efeito estufa!

Menos cedro,
- jatobá,
- Ipê,
- mogno,
- castanheiras...
milhões de anos devastados!

+ Ausência de consciência planetária
+ Lixo
+ Ignorância
+ Floresta crucificada
+ Injustiças...

E...
a alma da vida grita desesperada!
Poucos cumprem o seu dever:
orientar, ensinar, insistir, modificar
amar o Brasil
reverenciar o planeta:

'Concebida sob a luz do fimamento
em horas solares e luares
semeada na terra das Amazonas
jazem enraizadas nossas árvores estelares:
queimadas,
arrancadas,
desérticas...
o canto fica vazio
a luz entra
mas nada cria'...

Brasília - 13/01/2009